Falsas Impressões

- Não tive culpa do que fiz! Não mesmo.
Jura estava tão linda quanto poderia estar... como estava perfeita.
Sua longa e grossa trança roçou em meu braço assim que me apossei de sua boca. Ela pedia para ser tomada, precisava ser tomada.
Seu corpo esguiu, ágil, alto se moldou ao meu em poucos segundos e logo experimentamos o paraíso.
Sussurrei em seu ouvido o quanto a amava, ela nada respondeu.
Apenas arfava, perdida em todo aquele desejo e prazer, me acariciava.
Seus olhos, mais negros que a noite, estavam com um brilho especial, como os de quem esperou por algo a vida toda e agora o tem.
Bem, posso dizer que assim me sentia também. Estava de olho nessa mulher há um bom tempo e só depois que ela se separou, começou a reparar em mim. Depois tudo foi fácil.
Tê-la em meus braços era mais do que qualquer homem podia querer. É ter um anjo, um demônio, a vida e a morte em um só corpo, o dela!
Oh Jura, essa obcessão estava longe de acabar.
Aferrei meus dedos em seu rosto, bejei sua boca, as pálpebras, as têmporas, o queixo. Pedi para que dissesse que me amava.
Ela disse, então não esperei mais.
Deitei sobre ela, beijei-a no pescoço...tão doce.
Com os joelhos, afastei suas coxas para logo encontrar sua feminilidade.
Ela gemia, ela pedia.
Beijava de maneira incessante implorando-me para que eu a tornasse minha e quando a tomei, sai de meu corpo.
Meu desejo aumentando cada vez mais, o dela se juntando ao meu, nós dois num ritmo frenético daqueles que se amam até que chegamos ao clímax juntos... o que não foi de surpreender nenhum dos dois.
Estava tão cego e enlevado com aquele momento que só pude abracá-la e permanecer ali, entre seus seios, para sempre.
Foi quando ela disse: Ah Mário, foi tão bom.
Não pensei em mais nada, uma fúria se apossou de mim sem deixar que visse, fizesse qualquer outra coisa. Peguei meu revólver na gaveta e atirei. Duas vezes.
Só quando estava bem longe dali percebi o que tinha feito.
- Está bem Lui, espere aqui.- disse o policial.
E Lui ficou ali sentado na delegacia.